Estima-se que entre 30 a 50% dos cânceres possam ser prevenidos com alimentação, atividade física, estilo de vida saudável, evitando exposição cancerígenos, poluição ambienal e certas infecções crônicas.
O câncer é uma das doenças crônicas que mais mata no mundo e que pode afetar qualquer pessoa, embora algumas tenham maior risco. Em nossa população, temos poucos dados que retratem as disparidades em relação aos cânceres no Brasil. Mas, como sempre, sabemos que somos um grupo muito mais vunerável em questão de saúde. E os poucos dados que temos mostram, por exemplo, que nossa sobrevida é muito menor que de mulheres brancas quando temos câncer de mama, e que fazemos muito menos mamografia do que elas. Além disso, somos muito mais acometidas por câncer de colo de útero do que mulheres brancas e pior: enquanto a incidência entre mulheres brancas cai, entre mulheres pretas e pardas aumenta. (Marcelino et al, 2021)
Existem diversos tipos de cânceres que surgem em vários tipos de tecido. O que caracteriza um câncer é o conjunto compartilhado de comportamentos celulares anormais, como divisão celular acelerada e invasão do tecido circundante, que estão associadas às mudanças do DNA, que irá provocar falhas em suas capacidades e danos consequentes. Esse dano tende a envolver múltiplas mutações e mudanças epigenéticas que implicam em atividades desajustas das células normais que podem ser prejudicais.
A relação entre o que comemos e nosso risco de desenvolver câncer é muito complexa e não há um alimento isolado que seja o vilão e possa influenciar o surgimento da doença. Estudos apontam que alimentos processados e carne vermelha , por exemplo, aumentam o risco de câncer colorretal. Isso porque aditivos como nitritos e nitratos, usados para preservar e realçar a cor desses alimentos, podem se transformar em compostos prejudiciais dentro do nosso corpo.
Além disso, gorduras saturadas e trans, presentes em fast foods e produtos industrializados, têm sido associadas a um maior risco de cânceres, como os de mama e próstata. Acrilamida, outro composto que surge em alimentos ricos em carboidratos durante o cozimento em altas temperaturas, também entrou na lista de substâncias potencialmente carcinogênicas.
Por outro lado, uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e fibras, é vista como uma defesa natural contra o câncer, principalmente cânceres de boca, faringe, esôfago e estômago quando inclui-se vegetais como brócólis, couve-flor, couve de bruxelas e outras. Embora correlações não signifiquem necessariamente causas, e o risco de câncer seja influenciado por diversos fatores além da dieta, é sensato moderar o consumo de alimentos potencialmente prejudiciais e escolher uma alimentação variada e saudável. O que colocamos no prato pode ter um impacto significativo na nossa saúde a longo prazo.
Também é possivel que dietas ricas em grãos, azeite de oliva, óleo de peixe, nozes, avelãs, amêndoas, castanhas reduzam a inicência de câncer de mama, mas não a mortalidade. Porém, é preciso de mais estudos confirmatórios.
Para previnirmos doenças, precisamos sempre mantermos uma alimentação equilibrada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e fontes magras de proteínas além de manter o peso o adequedo, praticar atividade física, evitar o tabagismo e promover a saúde em geral. Conte sempre com um profissional de saúde para te ajudar.
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Referências
Ana Cláudia Marcelino, Bruno Gozzi, Cássio Cardoso-Filho et al. Race Disparities in Mortality By Breast Cancer From 2000 to 2017 in São Paulo, Brazil: A Time-Series Study, 20 April 2021, PREPRINT (Version 1) available at Research Square [https://doi.org/10.21203/rs.3.rs-420370/v1]
Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco)
INCA: Dieta, Nutrição, Atividade Fisica e Cancer, 2020
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