por Bárbara Tavares, de Salvador
No mês de julho, em que se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, mais precisamente no dia 25/07, venho conversar com as mães negras sobre a Autoestima da Mulher Negra no Brasil.
Inicialmente, trago a definição de autoestima, que nos fala de como você, mulher negra, se vê, se enxerga no mundo, de como você se julga e critica em relação à sua estética, ao seu corpo, à sua capacidade intelectual, profissional e, principalmente, à sua maternidade. E toda essa visão que temos sobre nós se dá por muitas influências que se iniciam na infância, quando ouvimos falas de nossos familiares e professores. Essas falas se transformam em crenças, e o nosso subconsciente toma como verdade. Vamos crescendo, nos desenvolvendo e criando novas crenças que vão nos moldando, muitas vezes nos colocando num lugar que não é o nosso lugar de verdade. Nos encontramos num lugar que nos colocaram e, para corresponder a essas crenças, permanecemos nele.
Ainda hoje, as mulheres negras são vistas como briguentas, raivosas, feias e incapazes. Esses são os títulos que nos foram dados desde o período escravocrata, em que fomos sequestradas de nossas origens e obrigadas a ignorar nossa cultura. Todo esse processo perdura até hoje. Todas essas denominações que carregamos nos levam para uma posição de inferioridade e incapacidade, e, com isso, nossa autoestima se abala e não conseguimos realizar o que queremos. Muitas vezes acreditamos que certos lugares e posições não são para nós. Mas, para que essa realidade mude, é preciso que olhemos para nossa história de forma acolhedora e respeitosa, olhemos para nossas raízes com honra e agradecendo por toda a caminhada feita por nossos antepassados, que nos permite estar aqui hoje.
A Neusa Santos Souza, em seu livro *Tornar-se Negro*, fala que “uma das formas de exercer autonomia é possuir um discurso sobre si mesmo. Discurso que se faz muito mais significativo quanto mais fundamentado no conhecimento concreto da realidade.” Aqui entendemos que nossa autoestima pode ser fortalecida a partir do momento em que decidimos e escolhemos nos conhecer tão intimamente, que vamos desvendando quem realmente somos, quem queremos ser e entendemos que a forma como nos vemos pode ser transformada a partir da nossa permissão em mudar crenças, em ouvir e sentir nossas necessidades, em reconhecer que nossa jornada como mulher negra é somente nossa e deve ser valorizada.
E para te ajudar nesse processo, vou propor uma dinâmica no Fórum do MNB.
Se você, mãe negra, quer entrar num novo ciclo para fortalecer sua autoestima, vá lá e se permita iniciar sua mudança.
Link de acesso ao fórum:
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