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Foto do escritorMariah Coutinho

Resgatando histórias e fortalecendo caminhos

Por Mariah Coutinho, do Rio de Janeiro


Você, mãe negra do Brasil, tem registrado a sua história e valorizado todo seu caminhar? Quantas histórias de mulheres inspiradoras você tem lido e se conectado a elas?

Como essas histórias chegam até você?


Você sabia que Mães Negras do Brasil nasce também a partir de um resgate de história? Nossa fundadora, Thaís Lopes, ao resgatar a sua história a partir da história da sua mãe, Edimar Pires, acessou memórias e impulsos para construir este espaço de afetos para nós, por nós.



mãe negra do Brasil
Edimar Pires, Mãe da nossa fundadora, Thais Lopes

No Brasil, vivemos as graves consequências de um extenso período colonial, que promoveu o apagamento da história das pessoas negras que chegaram aqui escravizadas, criando um forte arcabouço para a manutenção do racismo estrutural que vivemos até os dias atuais. Como consequência do racismo, inúmeros direitos foram negados à população negra durante muitos anos, e o acesso à educação básica foi um deles.


Os moradores de zonas periféricas das grandes cidades foram apartados do acesso à leitura e do protagonismo de escrita de suas próprias narrativas, só tendo direito de ir à escola no início do século XXI, e somente crianças entre 7 e 14 anos.


Apesar de toda dificuldade de acesso à educação e leitura, direitos básicos a todo cidadão brasileiro segundo a Constituição Federal de 1988, a pesquisa "O Brasil que lê: Bibliotecas Comunitárias e Resistência Cultural na Formação de Leitores" revelou que 87% das bibliotecas estão situadas em zonas periféricas de áreas urbanas.


Colocados sempre em uma posição de resistência e sobrevivência, a população negra conta com grandes escritores e pesquisadores para lutar contra o racismo estrutural, dentre elas Sueli Carneiro e Conceição Evaristo.


Sueli Carneiro, sobre a tese do “epistemicídio”, destaca que a negação ao acesso à educação, sobretudo de qualidade, é um dos mecanismos para deslegitimar o negro como portador e produtor de conhecimento, buscando rebaixar sua capacidade cognitiva pela carência material.


Retomando a ideia de Sueli Carneiro, no final dos anos 90, Conceição Evaristo criou o termo “escrevivência”. Para além da junção das palavras “escrever e vivência”, conforme a própria escritora explicou: “não é a escrita em si, porque se esgota no próprio sujeito. Ela carrega a vivência da coletividade”.


A escrevivência foi pensada para autoria negra, feminina e pobre, em um movimento que busca devolver a voz e poder de narrar suas próprias histórias para as mulheres pretas.


Mães Negras do Brasil foi criada para que mães, negras, se acolham, se cuidem, e potencializem umas às outras. A escrita é ancestral, através dela nós podemos ser donas da nossa própria história.


Buscando abrir caminhos para vocês, integrantes da Mães Negras do Brasil, lançaremos um projeto inédito e que tem de tudo para ser lindo!

No próximo Encontro de Conexões, no dia 5 de agosto, contaremos todos os detalhes!


Se inscreva e participe!



Te esperamos lá!


Com afetos,

Mariah Coutinho, Juju Nsaa e Thaís Lopes

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